Uso da Vírgula: Aprenda definitivamente!
Uso da Vírgula: Aprenda definitivamente!
Seja ao escrever uma carta, redação para concurso, ou até mesmo em uma postagem através de mídias sociais, sempre nos deparamos com o uso da vírgula, mas será que estamos usando esse tipo de pontuação corretamente?
Em nosso artigo especial sobre a vírgula vamos tratar de desmistificar vários fatos e também informar sobre as principais alterações nesse tipo de pontuação ao longo dos anos.
Preparado para aprender definitivamente o uso da vírgula?
Então continue lendo o artigo para saber mais sobre:
- As diferenças entre falar e escrever;
- Frase normal X Frase anormal;
- Breve história das pontuações;
- Vírgula para marcar pausas;
- Vírgula antes do ‘e’.
1 – ESCREVER E FALAR: DOIS MUNDOS TOTALMENTE OPOSTOS
Você certamente já passou pela incomoda situação de não conseguir se expressar corretamente e assim ser mal interpretado em algum texto. Esse fato ocorre porque não conseguimos usar os mesmos artifícios que usamos ao falar.
Para ficar mas claro basta observarmos que quando falamos usamos além das palavras pronunciadas, outras indicações de como nosso ouvinte deve processar o que estamos dizendo, como a entonação, o ritmo, as pausas e por fim nossos gestos e expressões faciais.
Na escrita nenhum dos itens mencionado acima é possível e, por isso, tantas vezes o escritor é interpretado de maneira incorreta, ou não tão precisa quanto gostaria. Para compensar essa falta de “ferramentas de comunicação na escrita” temos que nos atentar e dedicar para uma boa escrita. Entender como aplicar corretamente a vírgula já seria um bom começo!
O PODER DA VÍRGULA!
2 – FRASE NORMAL NÃO TEM VÍRGULA. MAS O QUE É FRASE NORMAL?
Em vários livros sobre pontuação encontramos a taxativa afirmação: “Em frase normal não tem vírgula!”, mas afinal de contas o que é uma frase normal e em contra partida o que é uma “anormal” e por que nela usamos vírgula? Vamos entender tudo isso a partir de agora!
Frase Normal
Entendemos como frase normal na língua portuguesa, as que seguem o padrão de formação:
Sujeito – Verbo – Objeto (complemento)
Exemplo: [O menino] [esqueceu] [o casaco].
Sujeito Verbo Objeto
Esse tipo de formação está presente na maioria das frases que lemos ou ouvimos.
Além da formação convencional, podemos ter uma nova versão com 4 elementos, ficando:
Sujeito – Verbo – Objeto – Adjuntos Adverbiais
Exemplo: [O menino] [esqueceu] [o casaco] [no banco da praça].
Sujeito Verbo Objeto Adjuntos Adverbiais
Entendendo essas duas formações como “Frase Normal” e levando em consideração que o padrão não foi alterado, não usamos a vírgula.
Você pode estar fazendo a seguinte pergunta: “Mas a vírgula não é para indicar pausa?”. Nos próximos tópicos do artigo você vai entender definitivamente sobre esse assunto e ainda provavelmente descobrir que aprendeu da maneira errada na escola. Agora vamos continuar falando sobre as frases “normais e anormais”.
Frase “Anormal”
Na primeira parte do assunto sobre usar vírgula em frases normais e anormais entendemos o que são as frases normais e aprendemos que não devemos usar vírgula nesse tipo de frase.
Usaremos vírgula sempre que um dos padrões apresentados acima forem alterados, com elementos intercalados entre o sujeito e o verbo, ou entre, o verbo e seus complementos. Nesse caso entendemos que a frase não é normal.
Exemplo: O lavrador[Sujeito], meus amigos, devolveu[Verbo] o anel mágico[Objeto Direto] à princesa [Objeto Indireto] no dia do casamento [Adjunto Adverbial].
Além da intercalação, podemos considerar uma frase anormal aquela que tem o adjunto adverbial deslocado, nesse caso as vírgulas também são necessárias.
Exemplo: No dia do casamento, o lavrador devolveu o anel mágico à princesa.
3 – PONTUAÇÕES: DA ANTIGUIDADE À ATUALIDADE, O QUE MUDOU?
Da antiguidade clássica até o fim da Idade Média a pontuação tinha como função básica indicar uma pausa recomendada pelo autor. Tal função se fazia extremamente necessária, pois nesse período as leituras eram feitas somente em voz alta e pouco se conhecia a leitura de forma silenciosa.
A partir do fim da idade média, com a invenção da imprensa e posteriormente sua popularização, os hábitos de leitura também foram alterados e passou-se a ler de maneira silenciosa, aumentando assim a velocidade com que se percorriam as linhas e páginas escritas.
Acompanhando a mudança no estilo da leitura, a pontuação teve que assumir uma nova função: indicar para o leitor, as ocasiões em que a estrutura da frase afasta-se da ordem a que estamos habituados.
4 – VÍRGULAS PARA MARCAR PAUSAS? NÃO MESMO!
Certamente você já ouviu a seguinte afirmação de algum professor quando estava aprendendo sobre as pontuações, especificamente sobre a vírgula: “Usamos a vírgula para marcar as pausas de um texto”, ou ainda “ Vírgula = contar até 1; Ponto e Vírgula = contar até 2; Dois Pontos = contar até 3; Ponto Final = contar até 4…”.
Tais afirmações estão totalmente fora da realidade e alguns séculos atrasadas! Conforme vimos anteriormente, essa questão de que a vírgula tinha função de indicar as pausas em um texto foi amplamente usada, porém até o fim da idade média, quando o hábito da leitura em voz alta foi substituído pela leitura silenciosa, até então desconhecida no ocidente.
A mudança de função no uso da vírgula foi acontecendo gradativamente ao longo dos anos, e a nova funcionalidade não visa mas indicar as pausas e sim facilitar a leitura que agora é muito mais rápida que séculos atrás.
Vale lembrar que se aplicarmos a fórmula de pontuação antiga e depois nova em uma mesma frase, provavelmente as duas terão pontuações bem parecidas, porém a versão antiga conterá mais vírgulas, o que é natural, já que assinalamos na escrita todas as pausas que fazemos ao falar.
5 – QUANDO USAR A VÍRGULA ANTES DO “E”.
Uma outra dúvida, bastante comum, no momento de formular nossas frases é se podemos usar a vírgula antes do “e”. Muitos dizem que não se pode usar a vírgula de maneira nenhuma antes do “e”, porém temos 3 situações onde esse artifício é permitido:
1° – “e” ligando duas orações com sujeitos diferentes.
Exemplo: Eu comi o pão, e Luciana foi correr na praia. (“Eu” é o sujeito da primeira oração e “Luciana” o da segunda oração)
2° – “e” introduzindo uma sequência de várias orações ou termos.
Exemplo: Preciso comprar arroz, e feijão, e macarrão, e carne.
3° – “e” integrando a expressão “e sim” com sentido de “mas”
Exemplo: Ela não era propriamente uma irmã, e sim uma prima. (Ela não era propriamente uma irmã, mas uma prima.)
Com essas dicas fica um pouco mais fácil entender a utilização da vírgula. Mas aconselho que você tenha o hábito da leitura, pois durante minha vida de concurseira ler ajudou a compreender e interpretar melhor os textos. Portanto se vai prestar concurso público, potencialize suas leituras diárias. Uso da Vírgula: Aprenda definitivamente!
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Bons estudos! 😉